Coroado em 1841, o Segundo Pedro, o pirralho, deu novos ares e porque não dizer, trouxe algum progresso à Cocada Preta.
Para parecer gente grande, o menor aprendiz, deixou crescer a barba e ficou parecendo uma foca desmamada, munição para os caricaturistas da época.
Nascido e criado nos cantões do Rio de Janeiro, teve como tutores, seu Zé da padaria. O Marquês do talharim, afinal não só de pão vive o homem. A Dadama de vermelho, a mesma que fez uma ponta em um filme americano. E o anjo negro Rafael, retratado anos mais tarde, em uma pintura de Di Cavalcante.
O Segundo Pedro, precisou passar seus dias trancafiado e estudando, enquanto eles, e todos cocadenses assistiam Netflix. Assim, quando Pedro II finalmente se tornou rei de fato, era o único alfabetizado no meio de 92% de analfabetos.
Assumiu um império viciado, onde fazendeiros e donos de escravos ditavam as regras.
Para estabilizar seu governo, o jovem monarca teve um casamento arranjado com uma italiana, a qual ele só havia visto em foto.
Quando ela desembarcou no porto carioca, dizem, chegou mal trapilha, manca, desdentada, baranga e suvaquenta.
Piedosa, sua fada madrinha, estalou sua varinha de condão e a transformou na imperatriz mais amada de Cocada Preta. Seu casamento com o rei, durou por toda vida, coisa que hoje não acontece mais, porque as fadas foram extintas e as garotas preferem ser cantoras de funk.
Durante seu reinado, a política se revesava entre dois partidos. Tô Contigo (TC) e, Contigo Tô (CT).
E desde então, a mania virou regra acertada, registrada e lavrada até os anos atuais. Coxinhas X Mortadelas se alternam no poder com o mesmo objetivo. O roubo!
Com o segundo Pedro, o ranço dos ratos políticos foi colocado à prova. Qualquer sinal de conflito entre os poderes era motivo para que a Câmara fosse dissolvida e novas eleições fossem convocadas. O menino literalmente não brincava em serviço. Um ditadorzinho nato.
Se tinha algo que fascinava o rei, eram as viagens internacionais. Afinal, no palácio vivia rodeado de mulheres e todas entravam e saíam da TPM todos os meses. Uma delas, a mais famosa, chamada Isabelita, foi de longe a mais rebelde.
Princesa Isabelita, sempre com o pé na senzala, conhecia os prazeres africanos. Dizem os puritanos que há controvérsias! Enfim, foi ela que concedeu a liberdade para os escravos, dando lhes o direito a um trabalho mal remunerado.
E foi esse, o estopim que incendiou Cocada Preta e consequentemente a derrocada do império.
Aguarde a lenda continua…
Madame Bê